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Realce

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Realce
Realce
Álbum de estúdio de Gilberto Gil
Lançamento 15 de agosto de 1979
Gravação 1979
Estúdio(s) Westlake Audio Studios (Los Angeles)
Estúdios Transamérica (Rio de Janeiro, apenas faixa 9)
Gênero(s)
Duração 38:14
Formato(s) LP, CD, K7, Download digital
Gravadora(s) WEA, Elektra
Produção Marco Mazzola
Cronologia de Gilberto Gil
Nightingale
(1979)
A Gente Precisa Ver o Luar
(1981)

Realce é um álbum de estúdio do cantor e compositor Gilberto Gil lançado em 1979.

Numa época em que a qualidade dos estúdios brasileiros deixava a desejar com relação aos estrangeiros, Gilberto Gil recebeu um convite do produtor Marco Mazzola para gravar um disco em Los Angeles, aproveitando uma turnê que o cantor faria nos Estados Unidos. Mazzola já viajava frequentemente para a cidade estadunidense na época, buscando mais conhecimentos técnicos de produção.[1]

À banda de Gilberto, uniram-se os músicos locais: Steve Lukather (Toto) na guitarra, Rick Schlosser (Van Morrison, Rod Stewart) na bateria, Michael Roddicker (Bee Gees, Quincy Jones) nos teclados e Jerry Hey (Michael Jackson, Earth, Wind and Fire) nos arranjos de metais.[1]

Informações das faixas

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A canção-título é inspirada na disco music e é possivelmente uma ode a beleza[2], na faixa, Gil contou com a guitarra de Steve Lukather e os teclados de Jerry Hey[3] no ano seguinte, Gil participou de um show do Earth, Wind and Fire no Maracanãzinho e dividiu os vocais com o percussionista da banda Ralph Johnson, que cantou a letra em português.[4] Somente músicos estrangeiros participaram da faixa por sugestão de Mazzola, que achava que ela deveria ter uma "pegada mais internacional".[5]

Ao comentar a letra da faixa, Gil afirmou:[6]

A letra [de "Realce"] parte de um escopo geral que é falar do que à época eu chamava de 'salário mínimo da cintilância a que têm direito todos os anônimos' - nos terminais de metrô, nas arquibancadas dos estádios, nas discotecas. Esse lado Saturday Night Fever está propositalmente explicitado nos três pseudorrefrões que funcionam para reiterar a macdonaldização da vida cotidiana nas grandes cidades, mas também para dar-lhe uma qualificação de profundidade que necessariamente também existe nessas coisas tão associadas à superficialidade".

"Superhomem - a canção" foi composta por Gil após ouvir o relato de Caetano Veloso sobre o filme de 1978.[7] O álbum também traz uma versão do reggae "No Woman, No Cry" de Vincent Ford, gravada em 1974 por Bob Marley & the Wailers, Gil traduziu como "Não chore mais", segundo ele, por não entender o que o refrão da canção original queria dizer.[8] Em Sarará miolo, Gil apresentou uma fusão do reggae com o baião.[9]

  • Todas as faixas de autoria de Gilberto Gil, exceto onde indicado.
N.º TítuloCompositor(es) Duração
1. "Realce"    04:42
2. "Sarará miolo"    04:48
3. "Superhomem - a canção"    04:05
4. "Tradição"    04:52
5. "Marina"  Dorival Caymmi 04:12
6. "Rebento"    02:54
7. "Toda menina baiana"    03:44
8. "Logunedé"    03:55
9. "Não chore mais"  Vincent Ford, versão Gilberto Gil 04:34

Faixa(s) bônus

N.º TítuloCompositor(es) Duração
10. "Macapá"  Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira 3:42
11. "Acertei no milhar"  Wilson Batista e Geraldo Pereira 02:04
12. "Senhor delegado"  Antonio Lopes e Jaú 02:37
13. "Escurinho"  Geraldo Pereira 03:34
14. "Minha nega na janela"  Germano Mathias e Doca 03:42
15. "A situação do escurinho"  Aldacyr Louro e Pandeirinho 03:12
16. "Samba rubro-negro (O mais querido)"  Wilson Batista e Jorge de Castro 03:45

Fonte:[1]

Pessoal técnico

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  • Estúdio de gravação: Westlake Audio
  • Engenheiro de gravação: Humberto Gatica
  • Auxiliar de gravação: Eric
  • Técnico de gravação na faixa 9: Victor
  • Auxiliar de gravação na faixa 9: Claudio
  • Estúdio de mixagem: Sunset Sound
  • Engenheiro de mixagem: Humberto Gatica
  • Auxiliar de mixagem: Rafaello Mazza
  • Corte: Jo Hansch - Kendun Records
  • Coordenação de capa: Claudio Carvalho
  • Fotos Gil: Norman Seef
  • Fotos estúdio: Daniel Rodrigues
  • Design capa: Noguchi
  • Produzido por Mazola

Referências

  1. a b c Barcinski 2014, p. 127.
  2. Ricardo Alexandre. DBA, ed. Dias de luta: o rock e o Brasil dos anos 80. 2002. [S.l.: s.n.] 7 páginas 
  3. «Realce». GilbertoGil.com.br 
  4. «Earth, Wind And Fire Especial». Memória Globo 
  5. Barcinski 2014, pp. 127-128.
  6. Barcinski 2014, p. 128.
  7. «Superhomem - a canção». GilbertoGil.com.br 
  8. «Não chore mais». GilbertoGil.com.br 
  9. «Gil sobre encontro com BaianaSystem: "É uma forma evidente de resistência"». UOL. Consultado em 8 de novembro de 2019 
  • Barcinski, André (2014). Pavões Misteriosos — 1974-1983: A explosão da música pop no Brasil. São Paulo: Editora Três Estrelas. ISBN 978-85-653-3929-2