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Rebecca Gomperts

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Rebecca Gomperts
Rebecca Gomperts
Nascimento 29 de julho de 1966
Paramaribo
Cidadania Reino dos Países Baixos
Alma mater
Ocupação médica, ativista pelos direitos das mulheres, escritora
Distinções
  • Clara Meijer-Wichmann Penning (2002)
  • 100 Mulheres (2013, 2014)
  • Aletta Jacobs Prize (2022)
Empregador(a) Women on Waves

Rebecca Gomperts (Paramaribo, 29 de julho de 1966) é uma médica radicada em Amsterdã e fundadora das organizações sem fins lucrativos Women on Waves e Women on Web, que fornecem serviços de saúde reprodutiva para mulheres em países onde não são prestados. Em 2013 e 2014 ela foi incluída na lista 100 Mulheres, da BBC.[1][2] Em 2018 Gomperts fundou a organização sem fins lucrativos Aid Access, que atua nos Estados Unidos. Uma especialista em aborto e ativista, ela é geralmente considerada a primeira ativista pelo direito ao aborto a cruzar as fronteiras internacionais.[3]

Gomperts foi incluída na lista das 100 pessoas mais influentes de 2020 da revista Time.[4]

Início de vida

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Rebecca Gomperts nasceu em 1966 em Paramaribo, capital do Suriname.[5] Ela mudou-se para os Países Baixos aos três anos de idade e cresceu na cidade portuária de Vlissingen.[6] Seus movimentos pela Europa desde muito cedo criaram nela uma consciência internacional que impulsionaria sua futura carreira.

Gomperts mudou-se para Amsterdã em meados da década de 1980, após a conclusão do ensino médio.[3] Tendo um interesse por artes e ciências, Gomperts estudou artes visuais e medicina. Ela completou um curso de quatro anos de arte na Gerrit Rietveld Academie, estudando arte conceitual, enquanto ao mesmo tempo frequentava a faculdade de medicina.[7] Ao descobrir que a arte não era o caminho que desejava seguir, mergulhou no mundo da medicina; Gomperts não encontrou sua vocação no campo da medicina reprodutiva até mais tarde em sua carreira médica.

Após formar-se em medicina, Gomperts trabalhou em um pequeno hospital na Guiana como médica estagiária.[6] Foi lá que, aos 25 anos, ela testemunhou a realidade do aborto ilegal pela primeira vez.[8] Em 1997, ela era uma médica de 31 anos radicada em Amesterdão que realizava abortos legais.[3]

Entre 1997-1998, Gomperts navegou com um navio do Greenpeace chamado Rainbow Warrior II como médica residente e ativista ambiental.[3]

Após suas viagens com o Greenpeace, o interesse de Gomperts em saúde reprodutiva aumentou. Gomperts queria que os danos à saúde e as taxas de mortalidade por abortos em casa diminuíssem, então elaborou um programa baseado na ideia radical de que as mulheres podem fazer abortos em lugares onde as clínicas de aborto são altamente restritas ou não existem.[9]

Gomperts usou contatos que ela fez durante a escola de arte para ajudá-la a projetar e financiar uma clínica móvel.[9] Um amigo próximo dela, Joep van Lieshout, concordou em ajudar a projetar a clínica. A ideia colaborativa era que a clínica fosse uma obra de arte funcional, uma clínica móvel a bordo de um navio, para que pudesse passar legalmente pelas fronteiras internacionais sem que o equipamento médico fosse apreendido. Gomperts solicitou fundos do Conselho Nacional de Artes, precisando de $500 000 em equipamentos médicos e $190 000 no total de capital inicial.[10] A bolsa para a clínica móvel veio da Fundação Mondriaan.[7] A formação de Gomperts em arte permitiu que ela colocasse seu sonho em ação, e sua clínica móvel tornou-se “um espaço de fusão do trabalho que é simbólico com o trabalho social”.

Women on Waves

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Gomperts fundou sua organização Women on Waves em 1999, após retornar da sua viagem no navio Rainbow Warrior II. A Women on Waves estava levando serviços de aborto não cirúrgico e educação para países em todo o mundo que não os tinham.[11]

Usando a doação da Fundação Mondriaan, a Women on Waves alugou um barco no qual a clínica móvel seria montada. Muitos meios de comunicação ficaram chocados com o fato de Gomperts não estar nem um pouco preocupada com a possibilidade de seu navio ser detido, apreendido ou afundado ao entrar nas águas de uma nação.[10]

Women on Waves fez muitas viagens. A notícia se espalhou rapidamente de que ela estava tentando alcançar países onde o aborto era ilegal através de suas águas, e muitos desses países adotaram medidas para impedi-la.[3] A primeira viagem foi para a Irlanda, depois Polônia, Portugal, Espanha, Marrocos e Guatemala.[6] Embora sua primeira viagem de onze dias a Dublin tenha sido considerada mal sucedida pela mídia, a Women On Waves recebeu mais de 200 pedidos de aborto de mulheres em terra que precisavam de sua ajuda, o que foi mais atenção do que Gomperts jamais imaginou. O Women on Waves nunca teve a intenção de resolver o problema do aborto inseguro, mas de ajudar a criar precedentes legais nas áreas cinzentas das leis de aborto dos países, para alcançar todas as mulheres que não tiveram ajuda de seus próprios médicos, e para prevenir o ato perigoso de abortos ilegais.

O Women on Waves enfrentou muitos desafios durante as viagens.[12] Em uma de suas viagens a Portugal, sua clínica móvel não foi autorizada a atracar. Ao invés disso, Gomperts fez uma aparição em um talk show local.[9] Ela falou sobre como uma mulher poderia fazer um aborto seguro sozinha em casa e todos os outros conselhos médicos que ela poderia dar no ar. Foi então que Gomperts percebeu que poderia alcançar mais pessoas pela internet do que de barco. “No final, nosso navio nunca será uma solução estrutural para o enorme número de mulheres que precisam de aborto,”[3] disse ela.

Foi quando, em 2005, foi fundada a segunda organização de Gomperts, Women on Web. Em 2016, a Women on Web estava recebendo mais de 10 000 emails por mês de mais de 123 países em todo o mundo,[6] onde mulheres perguntavam questões variadas, desde como administrar pílulas abortivas e conselhos sobre contraceptivos até consultoria de relacionamento.

Gomperts tem dois filhos e vive em Amsterdão.[5]

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Vessel, um documentário sobre a missão de Gomperts no Women on Waves, estreou em 2014 no Southwest Film Festival. Este documentário testemunhou a criação de uma rede de ativistas da saúde reprodutiva liderada por Gomperts.[13]

O Women on Web também teve uma campanha publicitária que anunciou seus serviços por meio da marca de roupas Diesel.[14]

Referências

  1. «100 Women: Who took part?». BBC. 22 de novembro de 2013 
  2. «Who are the 100 Women 2014?». BBC. 26 de outubro de 2014 
  3. a b c d e f Corbett, Sara. «The Pro-Choice Extremist» (em inglês). Consultado em 19 de novembro de 2018 
  4. «Rebecca Gomperts: The 100 Most Influential People of 2020». Time. Consultado em 23 de setembro de 2020 
  5. a b Ferry, Julie (14 de novembro de 2007). «Abortion on the high seas». the Guardian (em inglês). Consultado em 19 de novembro de 2018 
  6. a b c d «Meet the woman travelling the world delivering abortion drugs by drone». The Independent (em inglês). Consultado em 19 de novembro de 2018 
  7. a b Lambert‐Beatty, Carrie (1 de janeiro de 2008). «Twelve Miles: Boundaries of the New Art/Activism». Signs: Journal of Women in Culture and Society (em inglês). 33: 309–327. ISSN 0097-9740. doi:10.1086/521179 
  8. «The doctor who brought abortion out of the shadows in Ireland». POLITICO (em inglês). 20 de março de 2018. Consultado em 19 de novembro de 2018 
  9. a b c «The Dawn of the Post-Clinic Abortion» (em inglês). Consultado em 19 de novembro de 2018 
  10. a b Weinkopf, Chris (2001). «The Abortion Boat». Human Life Review. 27: 23–30 – via ProQuest 
  11. «Women on Waves». Mediamatic (em inglês). Consultado em 19 de novembro de 2018 
  12. «"Mexico: Abortion on the High Seas | #TheOutlawOcean."». YouTube. 1 de abril de 2019 
  13. «HOME | VESSEL». VESSEL (em inglês). Consultado em 19 de novembro de 2018 
  14. Timeto, Federica (9 de março de 2016). Diffractive Technospaces. Routledge. [S.l.: s.n.] ISBN 9781315577111. doi:10.4324/9781315577111 
  • Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em inglês cujo título é «Rebecca Gomperts».