Senécio Mêmio Áfer
Senécio Mêmio Áfer | |
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Cônsul do Império Romano | |
Consulado | 99 d.C. |
Senécio Mêmio Áfer (em latim: Senecio Memmius Afer) foi um senador romano nomeado cônsul sufecto para o nundínio de julho e agosto de 99 com Públio Sulpício Lucrécio Barba[1][2]. Ele é conhecido primordialmente através de inscrições.
Origem
[editar | editar código-fonte]A origem de Mêmio Áfer é disputada. Edward Champlin defende que ele era africano, provavelmente de Tuga[3] enquanto que John Grainger sugere que ele era da Hispânia. O historiador Ronald Syme, depois de notar que a tribo de Áfer era a Galeria, afirma que ela só é atestada em uma cidade do norte da África, Hadrumeto, e que outras pessoas do gentílico Mêmio "tendem a vir de Bula Régia ou Gigthis" enquanto que o cognome Áfer é bem atestado na Hispânia, onde ele contou 18 instâncias do gentílico Mêmio[4]. Áfer era sogro de Tibério Cácio Césio Frontão, o filho do poeta Sílio Itálico[5]. Duas inscrições, uma de Tibur[6] e outra do norte da África[7] fornecem o nome de seu filho, Lúcio Mêmio Túscilo Senécio. A norte-africana o descreve como pronepoti e nepoti, o que indica que a família continuou por mais duas gerações.
Carreira
[editar | editar código-fonte]Sua carreira política é conhecida apenas pela inscrição tiburina, que preservou apenas dois dos cargos ocupados por Múmio Áfer. O primeiro foi o de governador da Gália Aquitânia, que Werner Eck datou entre 94 e 96[8]. Depois, foi governador proconsular da Sicília entre 97 e 98[9]. Porém, Paul Leunissen nota que a ordem entre estes dois postos pode ter sido inversa[10].
Os homens escolhidos para serem cônsules em 99 foram muitos, mais do que a média, e o número pode ser um reflexo das escolhas de Trajano e também da quantidade de facções no Senado que ele estava tentando agradar. Os dois cônsules ordinários, Quinto Sósio Senécio e Aulo Cornélio Palma Frontoniano eram militares, cada um deles seguindo para o segundo consulado, uma honra excepcional. Dos dez sufectos daquele ano, cinco são conhecidos; destes, dois são provinciais, dois italianos e todos ativos no governo; o quinto, o colega de Áfer, Lucrécio Barba, é conhecido apenas pelo nome[11].
Depois do consulado, Áfer desaparece da história.
Ver também
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Referências
- ↑ John D. Grainger, Nerva and the Roman Succession Crisis of AD 96-99 (London: Routledge, 2003), p. 13
- ↑ Alison E. Cooley, The Cambridge Manual of Latin Epigraphy (Camrbidge: University Press, 2012), p. 466ss
- ↑ Champlin, Fronto and Antonine Rome (Cambridge: Harvard, 1980), p. 146 n. 45
- ↑ Syme, "Spaniards at Tivoli", Ancient Society, 13/14 (1982/1983), p. 250
- ↑ John D. Grainger, Nerva, p. 121
- ↑ CIL XIV, 3597
- ↑ CIL XIV, 2243
- ↑ Werner Eck, "Jahres- und Provinzialfasten der senatorischen Statthalter von 69/70 bis 138/139", Chiron, 12 (1982), pp. 322-324
- ↑ Werner Eck, "Jahres- und Provinzialfasten", pp. 328f
- ↑ Paul Leunissen, "Direct Promotions from Proconsul to Consul under the Principate", Zeitschrift für Papyrologie und Epigraphik, 89 (1991), p. 221
- ↑ Grainger, Nerva, pp. 100f
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- PIR² M 337