Teatro Angrense
Teatro Angrense | |
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Teatro Angrense: fachada. | |
Localização | Angra do Heroísmo |
Tipo | Teatro |
Inauguração | 1860 |
Proprietário | Câmara Municipal de Angra do Heroísmo |
Estilo de Arquitetônico dominante | Neoclássico, arte nova |
Capacidade | 468 |
O Teatro Angrense localiza-se na rua da Esperança, no Centro Histórico de Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, nos Açores.[1]
Ao longo de sua história nele se apresentaram diversos nomes da cultura local, nacional e internacional. A primeira pedra foi lançada nos seus alicerces em cerimónia realizada no dia 2 de outubro de 1855, em cerimónia integrada nos festejos da aclamação de D. Pedro V. Construído à semelhança do Ginásio de Lisboa, na construção só se empregaram «moldes e artistas da ilha».[2] A abertura solene ocorreu no dia 22 de novembro de 1860. O edifício passou já por duas grandes remodelações, um na década de 1926, com projecto de Eduardo Gomes da Silva, que lhe deu o aspecto atual, e outra, na década de 1980, na sequência do terramoto de 1 de janeiro de 1980, sem alteração relevante da sua arquitectura.
O Teatro Angrense está classificado como Imóvel de Interesse Público desde 1989.[1]
História
[editar | editar código-fonte]No local onde se ergue o teatro, na esquina da rampa que dá acesso ao atual Mercado Duque de Bragança, existiu em 1599 um edifício que servia de armazém a mercadorias importadas. Ali, em um caixote de fazendas oriundas da Índia, iniciou-se o foco da epidemia de peste que assolou a cidade naquele ano, fazendo inúmeras vítimas entre a população.
Como medida profilática, a Câmara Municipal determinou incendiar o edifício, que permaneceu em ruínas até 1862, ano em que um grupo de acionistas se constituiu para construir um teatro. O projeto previa 50 camarotes dispostos em três ordens, 152 lugares na plateia, 63 cadeiras, um pequeno salão no pavimento superior, um palco e 14 camarins.
As instalações do teatro ao longo dos anos mostraram-se pequenas e desconfortáveis: o palco era pequeno e os camarins excessivamente úmidos, a arquitetura, exterior e interior, era pobre diante do meio cultural da cidade, que se expandia no início do século XX.
Cogitou assim a direção, com a aprovação da Assembleia Geral, transformar e ampliar as suas instalações. O projeto aprovado era de autoria do então major Eduardo Gomes da Silva, iniciando-se as obras em 1919, sob a direção do mesmo. A inauguração teve lugar em 19 de março de 1926, com a apresentação da Companhia Teatral Maria Matos-Nascimento Fernandes.
O edifício resistiu sem danos de monta ao grande terramoto de 1980, demonstrando a sua solidez. Na década de 1990, na posse da Câmara Municipal, passou por uma campanha de remodelação.
Entre os nomes da música nacional, destacou-se a presença de Rita Guerra em 2008.[3] Igualmente no panorama nacional a presença de um dos vultos do fado português, Carlos do Carmo.[4]
Entre os espectáculos mais recentes, é de destacar a "Madame Butterfly" pela Companhia Lírica Siglo XXI, que se realizou nos dias 7 e 8 de Dezembro de 2008.[5]
Já em 2009, mais concretamente a 14 de Março, a banda Deolinda actuaram no Teatro Angrense.[6]
Foi declarado Imóvel de Interesse Público, como publicado em Jornal Oficial, I Série, nº 49, Resolução n.º 152/89, de 5 de Dezembro, classificação consumida por inclusão no conjunto classificado da Zona Central da Cidade de Angra do Heroísmo, conforme a Resolução n.º 41/80, de 11 de Junho, e artigo 10.º e alínea a) do artigo 57.º do Decreto Legislativo Regional n.º 29/2004/A, de 24 de Agosto.
Características
[editar | editar código-fonte]Em sua fachada encontram-se elementos do estilo neoclássico e, em por cima da bilheteira, um elemento em arte nova em ferro forjado.
A sua sala no formato de "ferradura", é típica da ópera italiana. Atualmente tem capacidade para 927 lugares sentados, dispostos em quatro pavimentos.
Ver também
[editar | editar código-fonte]- Lista de património edificado nos Açores
- Arquitectura Patrimonial de Angra do Heroísmo
- Coliseu Micaelense
- Teatro Faialense
- Teatro Micaelense
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Almeida, Álvaro Duarte de; Belo, Duarte. Portugal Património. Círculo de Leitores, ISBN 9789724242347
- Gomes, Augusto. Filósofos da Rua (3ª ed.). Angra do Heroísmo (Açores): Câmara Municipal de Angra do Heroísmo, 1993. 392p. fotos p/b ISBN 972-9135-08-8
Referências
- ↑ a b Ficha na base de dados SIPA/DGPC
- ↑ eiros dos vapores daquela companhia, quando no porto de Angra os ventos não permitiam o desembarque (cf.: Félix José da Costa, Angra do Heroísmo, Ilha Terceira, Açores, Os seus títulos, edifícios e estabelecimentos públicos, p. 229 (2.ª edição). Angra do Heroísmo, Câmara Municipal e IHIT, 2019
- ↑ Rita Guerra no Teatro Angrense
- ↑ Carlos do Carmo actua no Teatro Angrense
- ↑ Madame Butterfly no Teatro Angrense
- ↑ Deolinda actuam no Teatro Angrense
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Teatro Angrense in Sistema de Informação para o Património Arquitetónico/IHRU
- azores.gov.pt
- www.acores.com
- Fotos do Teatro