Tiflologia
A tiflologia[1][2] é um campo interdisciplinar e uma disciplina científica dentro da defectologia,[3] [4] que trata do estudo da legislação, do desenvolvimento e reabilitação de cegos e deficientes visuais.
Embora originalmente voltado apenas para os totalmente cegos, seu compromisso se expandiu para incluir os deficientes visuais.[5] Assim, a tipologia hoje lida com os problemas de todas as pessoas com deficiência visual, independentemente do seu grau de discapacidade.[6]
Etimologia
[editar | editar código-fonte]A palavra "tiflologia" é derivada do grego antigo "τυφλός" (typhlós), que significa "cego", e "λόγος" (lógos), que se traduz como "estudo" ou "conhecimento". Portanto, tiflologia significa literalmente "estudo da cegueira".[7]
História
[editar | editar código-fonte]A história da tiflologia remonta a séculos, quando várias abordagens foram desenvolvidas para ajudar pessoas com deficiência visual. No entanto, foi a partir do século XX que houve um avanço significativo nos métodos e tecnologias utilizadas. Com o desenvolvimento de recursos como a escrita em braile e a criação de escolas para cegos, o acesso à educação e à informação tornou-se mais viável. Com o passar do tempo, novas técnicas e tecnologias surgiram, ampliando ainda mais as possibilidades de inclusão e independência das pessoas com deficiência visual.[6]
Desenvolvimento
[editar | editar código-fonte]A ciência tipológica moderna está em constante desenvolvimento e aprofundamento, através de muitas ciências tipológicas como a tipologia, a psicologia dos cegos e deficientes visuais, os métodos da tipologia educacional, os métodos da tipologia clínica, a orientação profissional dos deficientes visuais, o diagnóstico da tipologia e peripatologia.[8]
Como parte da ciência defectológica, a tipologia inclui:
- Princípios gerais da reabilitação defectológica
- Procedimentos defectológicos específicos do ensino educacional
- Reabilitação de cegos e deficientes visuais.
Para superar com sucesso inúmeros problemas em seu trabalho, a tipologia está diretamente relacionada à pedagogia geral, didática, psicologia pedagógica e do desenvolvimento, bem como a algumas disciplinas médicas. Usando a teoria defectológica como ponto de partida, a tipologia vincula principalmente sua prática a:
- Sociologia: Consideração do desenvolvimento de pessoas com transtornos biopsicossociais;
- Pedagogia para conectar com a teoria da parentalidade e educação de cegos e deficientes visuais e sua aplicação na prática
- Psicologia, Psiquiatria e Neurologia do cego e deficiente visual, que explica e investiga os processos que levam à deficiência visual
- Oftalmologia para investigar as causas que levam às deficiências visuais orgânicas e funcionais.
Metas e objetivos
[editar | editar código-fonte]Os objetivos e tarefas da tiflologia podem ser classificados em dois grupos: problemas básicos e tarefas especiais.
Problemas básicos de tipologia | Tarefas especiais de tipologia |
---|---|
|
|
Áreas de atuação
[editar | editar código-fonte]A tiflologia dedica-se ao estudo e desenvolvimento de técnicas, recursos e dispositivos para facilitar a inclusão e independência de pessoas com deficiência visual parcial ou total.[1] Busca proporcionar igualdade de oportunidades de acesso à informação, educação, cultura e tecnologia para pessoas cegas ou com baixa visão. A tipologia abrange várias áreas de atuação, algumas das quais incluem:
Educação inclusiva
[editar | editar código-fonte]A tiflologia desempenha um papel fundamental na promoção da educação inclusiva para pessoas cegas ou com baixa visão. Isso envolve a adaptação de materiais educacionais em formatos acessíveis, como livros em Braille, livros de áudio e recursos digitais. Além disso, são desenvolvidas técnicas e estratégias específicas para auxiliar no aprendizado e na participação de alunos com deficiência visual.[9]
Tecnologias assistivas
[editar | editar código-fonte]A tecnologia tem um impacto significativo na vida das pessoas com deficiência visual. A tiflologia busca desenvolver e aprimorar tecnologias assistivas, como leitores de tela ou ecrã, software de reconhecimento de fala, dispositivos de expansão de texto, entre outros. Essas tecnologias fornecem acesso à informação, comunicação e interação com o meio ambiente.[10]
Orientação e mobilidade
[editar | editar código-fonte]A orientação e a mobilidade são áreas essenciais para a autonomia e independência das pessoas com deficiência visual. A tiflologia oferece treinamento e técnicas para melhorar as habilidades de locomoção, como o uso de bengala branca, reconhecimento de sons e desenvolvimento de estratégias seguras de movimento.[11][12]
Acessibilidade cultural
[editar | editar código-fonte]Garantir o acesso à cultura é um dos princípios fundamentais da tiflologia. Para promover a inclusão cultural de pessoas com deficiência visual, são desenvolvidas estratégias e recursos que lhes permitem participar plenamente de atividades culturais. Algumas medidas incluem a audiodescrição de peças, filmes e exposições, a criação de maquetes táteis representativas de monumentos e obras de arte e a adaptação de livros e materiais didáticos em formatos acessíveis.[13][14]
Notas
[editar | editar código-fonte]- ↑ a b «Tiflologia». Consultado em 19 de maio de 2023
- ↑ «Significado de tiflologia no Dicionário Estraviz». estraviz.org. Consultado em 22 de maio de 2023
- ↑ «defectología» (em inglês e espanhol). Consultado em 21 de maio de 2023
- ↑ «Vygotsky e a Defectologia - O desenvolvimento cognitivo». Consultado em 21 de maio de 2023
- ↑ «Curso Online de Tiflologia | Portal Educa». www.portaleduca.com.br. Consultado em 22 de maio de 2023
- ↑ a b Stanika Dikić. Tiflologija - Belgrado: Ideaprint, 1997 (Belgrado :Voyager). - 219 p. (en serbio)
- ↑ «TIFLOLOGÍA, radicación» (em espanhol). Consultado em 21 de maio de 2023
- ↑ Eškirović, B., & Vučinić, V. [2009]. Tiflologija i tiflopedagogija - susreti i razilaženja. Specijalna edukacija i rehabilitacija, (1—2), 103-121.
- ↑ CORRÊA, COELHO, Yanka Alexia, Vera Rejane. «INCLUSÃO ESCOLAR: Alfabetização do deficiente visual, o grande desafio» (PDF). Repositorio.uninter.com
- ↑ Bruno, Marilda Moraes Garcia; Nascimento, Ricardo Augusto Lins do (7 de março de 2019). «Política de Acessibilidade: o que dizem as pessoas com deficiência visual». Educação & Realidade: e84848. ISSN 0100-3143. doi:10.1590/2175-623684848. Consultado em 22 de maio de 2023
- ↑ «Orientação e mobilidade – Deficiência Visual - Projeto Incluir». proincluir.org. Consultado em 22 de maio de 2023
- ↑ «Cartilha de Orientação». portais.pe.gov.br
- ↑ «Audiodescrição - Recurso de Acessibilidade de Inclusão Cultural — UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA - UFPB NEDESP - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO ESPECIAL». www.ce.ufpb.br. Consultado em 22 de maio de 2023
- ↑ «Alepe Legis - Portal da Legislação Estadual de Pernambuco». Alepe Legis - Portal da Legislação Estadual. Consultado em 22 de maio de 2023
Veja também
[editar | editar código-fonte]Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Stanika Dikić (1997) Tiflologija. Belgrado : Voyager. Ideaprint.
- Ermakov, VP, Jakunin, GA (2000). Moscovo : Gumanitarnyj izdatel'skij centr Vlados ("Desenvolvimento, treinamento e educação de crianças com distúrbios do desenvolvimento").
- Teskeredžić A., Tulumović Š. Analisador de vídeo Biotičke osnove. Tuzla : OFF-SET, 2013. ("Fundamentos Bióticos do Analisador Visual").