Urraca Lopes de Haro
Urraca Lopes de Haro | |
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Rainha de Leão | |
Reinado | 1187 – 1188 |
Antecessor(a) | Teresa Fernandes de Trava |
Sucessor(a) | Teresa Sanches |
Nascimento | 1160 |
Morte | 13 de março de 1230 (70 anos) |
Vileña, Castela e Leão, Espanha | |
Sepultado em | Mosteiro de Santa Maria la Real de Vileña, Vileña, Espanha |
Pai | Lope Díaz I de Haro |
Filho(s) | Ver descendência |
Urraca Lopes de Haro (em castelhano: Urraca López de Haro; c. 1160 — 13 de março de 1230),[a] era a filha do conde Lope Díaz I de Haro, senhor de Biscaia, e da condessa Aldonça, os fundadores do Mosteiro de Santa Maria de San Salvador de Cañas em 1169.[1] Rainha consorte de Leão pelo seu matrimónio com o rei Fernando II, depois de enviuvar, fundou o Mosteiro de Santa María la Real de Vileña onde morreu e foi sepultada.
Biografia
[editar | editar código-fonte]Urraca tornou-se amante de Fernando II de Leão cerca de 1182 e depois da morte da segunda esposa do rei, Teresa Fernandes de Trava, ela e seus irmãos receberam várias mercês do monarca leonês.[2] Em 1186, seu irmão Garcia Lopes foi nomeado alferes real e em 1187, outro irmão, Diego obteve a tenência da Extremadura leonesa.[3] Coincidindo com seu matrimónio em maio de 1187, com Fernando II, o rei lhe doou os senhorios de Monteagudo e Aguilar.[4]
Poucos meses depois de seu casamento, que durou cerca de nove meses, Urraca, que sabia que estava-se aproximando o fim da vida do rei, tentou elevar ao trono de Leão seu único filho sobrevivente, Sancho Fernandes de Leão, em detrimento do infante Afonso, filho primogênito de Fernando II e da rainha Urraca de Portugal. Para atingir o seu objectivo, Urraca diz que o nascimento do infante Afonso era ilegítimo devido a que o matrimónio de seus pais havia sido anulado por razões de consanguinidade. O rei Fernando então desterrou a seu filho o que representou um triunfo para a madrasta de Afonso, que se esforçou para que seu filho Sancho herdasse o trono após a morte de seu pai, embora essa pretensão recebeu poucos apoios, mesmo entre os seus parentes, devido à pouca idade do infante.[5] Urraca também enfrentou-se com os Trava que eram os defensores dos direitos do infante Afonso, que havia crescido com eles, assim como com os Lara, filhos do primeiro matrimónio de Teresa Fernandes de Trava, a segunda esposa do rei Fernando II.[3]
Após a morte de Fernando II, sua viúva refugiou-se em Castela onde reinava Afonso VIII de Castela, o sobrinho do falecido rei, e confiou o governo de seus castelos em Leão a seu irmão Diego, embora Afonso IX de Leão, temeroso do poder da família Haro, pactou com seu primo o rei Afonso VIII e atacou e se apoderou das fortalezas da rainha Urraca no Reino de Leão.[4]
Fundação do Mosteiro de Vileña
[editar | editar código-fonte]Em 1213, o conde Álvaro Nunes de Lara, esposo de Urraca Díaz de Haro, entregou à rainha viúva, tia de sua esposa, várias propriedades que havia adquirido em La Bureba localizadas em Santa María Rivarredonda, e nos montes de Petralata, assim como um poço de salmoura em Poza de la Sal.[6] Depois da morte do conde de Lara, com estas propriedades, e mais outras que havia adquirido, Urraca fundou em 1222 o Mosteiro de Santa Maria la Real de Vileña que foi incorporado à Ordem de Cister, onde tomou os hábitos e se retirou. A rainha Urraca não foi abadessa no Mosteiro de Cañas, já que, apesar da frequente confusão, a abadessa desse mosteiro foi a sua sobrinha homônima, Urraca Díaz de Haro, filha de seu irmão Diego, que se tornou abadessa quando viúva.[7]
Matrimónios e descendência
[editar | editar código-fonte]O seu primeiro casamento foi com o magnata galego Nuno Melendes, parente de sua mãe[8] — filho de Melendo Nunes e de Maria Froilaz, filha do conde Fruela Dias e de Maria Froilaz de quem teve uma filha:
- Maria Nunes (morta em 1255), que foi monja e aparece fazendo uma doação com a sua mãe e irmão Sancho em 1195 ao Mosteiro de Santa María de Trianos.[9]
De seu segundo matrimónio em maio de 1187 como o rei Fernando II nasceram três filhos: Garcia e Afonso que morreram na infância, e Sancho Fernandes de León (1186-1220), 2.° senhor de Monteagudo e Aguilar.
Ver também
[editar | editar código-fonte]Notas
[editar | editar código-fonte]- Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em castelhano cujo título é «Urraca López de Haro», especificamente desta versão.
- [a] ^ Urraca provavelmente morreu cerca de 1230, o último ano que se mencionam aos capelães da rainha. As monjas do mosteiro celebravam missa de aniversário da raina em 13 de março, possivelmente, o dia de sua morte. Crf Cadiñanos Bardeci (1990), p.17
Referências
- ↑ Baury 1985, p. 57-60.
- ↑ Cadiñanos 1990, p. 14.
- ↑ a b Sánchez de Mora 2003, p. 279.
- ↑ a b Arco y Garay 1954, p. 168-171.
- ↑ Cadiñanos 1990, p. 115.
- ↑ Cadiñanos 1990, p. 17 e 102.
- ↑ Baury 2011, p. 176.
- ↑ García Leal 2006, p. 4-5.
- ↑ Cadiñanos 1990, p. 44.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Arco y Garay, Ricardo del (1954). Sepulcros de la Casa Real de Castilla. Madrid: Instituto Jerónimo Zurita. Consejo Superior de Investigaciones Científicas. OCLC 11366237
- Baury, Ghislain (janeiro–junho 2011). «Sainteté, Mémoire et lignage des abbesses cisterciennes de Castille au XII:la comptesse Urraca de Cañas (Av.1207-1262)». Anuario de Estudios Medievales (em francês). 41 (1): 151-182. ISSN 0066-5061
- Baury, Ghislain (2012). Les religieuses de Castille. Patronage aristocratique et ordre cistercien, XIIe-XIIIe siècles (em francês). Rennes: Presses Universitaires de Rennes. ISBN 978-2-7535-2051-6
- Cadiñanos Bardeci, Inocencio (1990). El Monasterio de Santa María la Real de Vileña, su Museo y Cartulario. Burgos: Caja de Ahorros Municipal de Burgos. OCLC 627740127
- Castán Lanaspa, Guillermo; Castán Lanaspa, Javier (1992). Documentos del Monasterio de Santa María de Trianos (Siglos XII-XIII). Salamanca: Ediciones Universidad de Salamanca. ISBN 84-7481-713-7
- García Leal, Alfonso (2006). «Los condes Fruela Muñoz y Pedro Fláinez: La formación de un patrimonio señorial». Anuario de Estudios Medievales (AEM) (36/1): 1-100. ISSN 0066-5061
- González, Julio (1943). Regesta de Fernando II (em espanhol). León: CSIC, Instituto Jerónimo Zurita. OCLC 6681413
- Sánchez de Mora, Antonio (2003). La nobleza castellana en la plena Edad Media: el linaje de Lara. Tesis doctoral. Universidad de Sevilla (em espanhol). Sevilha: [s.n.]
- Torres Sevilla-Quiñones de León, Margarita Cecilia (1999). Linajes nobiliarios de León y Castilla: Siglos IX-XIII. Salamanca: Junta de Castilla y León, Consejería de educación y cultura. ISBN 84-7846-781-5