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Veado-vermelho

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 Nota: Se procura pelo veado da espécie norte-americana Cervus canadensis, veja uapiti.
Como ler uma infocaixa de taxonomiaVeado-vermelho
Macho
Macho
Fêmea
Fêmea
Estado de conservação
Espécie pouco preocupante
Pouco preocupante (IUCN 3.1) [1]
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Ordem: Artiodactyla
Família: Cervidae
Género: Cervus
Espécie: C. elaphus
Nome binomial
Cervus elaphus
Linnaeus, 1758
Distribuição geográfica
Distribuição aproximada do veado-vermelho na Europa Ocidental, Norte da África e Ásia Menor.
Distribuição aproximada do veado-vermelho na Europa Ocidental, Norte da África e Ásia Menor.

O veado-vermelho ou cervo-vermelho (Cervus elaphus) é uma espécie de veado de grande porte do hemisfério norte, distribuído pela Europa, Ásia e Norte da África. A espécie foi também introduzida em várias regiões do mundo.

Características

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O veado-vermelho é um mamífero artiodáctilo ruminante da família Cervidae. É um animal de grande porte, sendo o maior cervídeo depois do alce. Os machos chegam a uma altura no garrote de 1,2 metro e 2,4 metros de comprimento. O peso varia com a região, sendo que mais ao norte os animais tendem a ser maiores: os machos podem pesar até 350 kg na Europa Central, mas na Península Ibérica não passam dos 250 kg e as fêmeas 150 kg. São mamíferos ungulados pois cada pata se apoia sobre dois dedos que terminam em cascos.

Filhote de veado-vermelho.

A pelagem do veado-vermelho muda com a estação do ano, variando de castanho-avermelhado no verão a castanho-escuro no inverno. Os filhotes apresentam manchas brancas no dorso que os ajudam a camuflar-se em seu ambiente.

O veado-vermelho tem um marcado dimorfismo sexual. Os machos são mais pesados e têm o pescoço muito robusto comparado às fêmeas. Em regiões como o norte da Europa os machos desenvolvem uma área de pelo espesso ao redor do pescoço no outono, formando uma juba.

O aspeto mais chamativo de diferenciação entre machos e fêmeas é a presença nos machos das galhadas (hastes). Trata-se de estruturas ósseas ramificadas que crescem todos os anos no alto da cabeça dos machos, caindo após a época da reprodução. A galhada cresce envolvida em uma fina capa de pele rica em vasos sanguíneos, que seca quando a galhada atinge seu tamanho máximo no ano.

Em cada macho, a galhada cresce mais e ganha mais ramificações a cada ano, de maneira que os machos mais velhos têm galhadas mais exuberantes. A função destas estruturas está ligada à competição pelas fêmeas durante a época da reprodução, quando machos rivais medem forças empurrando-se com as galhadas.

Em sua ampla área de distribuição, o veado-vermelho ocupa vários habitats diferentes, variando da floresta temperada, matagais de arbustos e áreas abertas, onde os animais encontram as ervas que necessitam para comer.

Alimentação

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O veado-vermelho come uma grande variedade de matéria vegetal. As fontes de alimentos destes animais incluem ervas, folhas, brotos de árvores e arbustos, frutos e cogumelos. No outono e inverno europeu consomem muitas bolotas de carvalhos e árvores similares.

Comportamento social e reprodução

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Como muitos cervídeos, o veado-vermelho é uma espécie social. Durante a maior parte do ano, machos e fêmeas andam em grupos separados por sexo. Na época do acasalamento, entre setembro e novembro, os machos adultos formam haréns com até 20 fêmeas. Nessa época os machos competem pelas fêmeas, medindo visualmente suas forças pela forma e tamanho das galhadas. Os machos também emitem altos bramidos que atraem as fêmeas e servem para intimidar os rivais - o que faz com que a época de reprodução seja conhecida por brama.

Se as intimidações visuais e sonoras falham, os machos lutam com as galhadas, empurrando-se até que o mais fraco fuja. Em geral os machos não se machucam nessas lutas, mas as galhadas às vezes causam graves feridas entre os competidores.

Os filhotes nascem após uma gestação de 240 a 262 dias, entre os meses de maio e junho. As fêmeas têm em geral uma cria, às vezes duas. Ao nascer, as crias pesam cerca de 16 kg e passam a acompanhar a manada após duas semanas. O desmame ocorre aos dois meses, e a independência da mãe após um ano de vida, quando nascem as próximas crias.

O veado-vermelho pode viver 20 anos em cativeiro e até 13 anos em estado selvagem.

Distribuição geográfica e sub-espécies

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As distintas subespécies de veado-vermelho se distribuem por quase toda a Europa Ocidental, Europa Oriental, Norte da África (Marrocos, Tunísia e Argélia), Ásia Menor, sul da Sibéria e Ásia Central, alcançando parte da Índia (Caxemira) e China.

Há uma espécie de veado do noroeste da Ásia e América do Norte (Canadá e Estados Unidos) - o uapiti - que às vezes é considerada uma subespécie do veado-vermelho, Cervus elaphus canadensis. Estudos genéticos recentes, porém, sugerem que se trata de uma espécie separada, Cervus canadensis.[2]

As subespécies de Cervus elaphus são as seguintes:[2]

Nome Subespécie Status Distribuição histórica
Veado-vermelho-europeu-ocidental Cervus elaphus elaphus Europa Ocidental
Veado-vermelho-europeu-oriental Cervus elaphus hippelaphus Europa Oriental, Balcãs
Maral Cervus elaphus maral Ásia Menor, Crimeia, Cáucaso, Irão
Veado-bárbaro Cervus elaphus barbarus Baixo risco (NT) Marrocos (extinto), Tunísia e Argélia
Veado-da-córsega Cervus elaphus corsicanus Ameaçado (EN) Córsega, Sardenha[3]
Veado-da-caxemira Cervus elaphus hanglu Ameaçado (EN) Caxemira
Veado-bactriano Cervus elaphus bactrianus Vulnerável (VU) Afeganistão, Casaquistão, Turcomenistão, Uzbequistão e Tadjiquistão
Veado-de-yarkand Cervus elaphus yarkandensis Ameaçado (EN) Xinjiang (China)

Na Europa, o veado-vermelho desapareceu de vastas áreas devido à caça e à desflorestação, mas a espécie têm recolonizado seus antigos habitats ao longo do século XX. Actualmente as maiores populações de veados-vermelhos na Europa Ocidental se encontram nas terras altas (highlands) da Escócia.

Em Portugal o veado-vermelho foi quase extinto no século XX, mas seus números têm aumentado. Atualmente, a espécie ocorre em áreas ao longo da fronteira com Espanha, estando representada nas áreas protegidas do Parque Natural da Serra de São Mamede, Parque Natural de Montesinho e Parque Natural do Tejo Internacional. Apesar de ainda ser relativamente raro, é considerada uma espécie em expansão. No Montesinho é uma importante presa natural do lobo-ibérico.

Um cervo vermelho emitindo sons.

O veado-vermelho foi também introduzido em outras áreas do país como a Tapada Nacional de Mafra e a Tapada Nacional de Vila Viçosa.

Na década de 1990 foi reintroduzido na Serra da Lousã, no centro de Portugal. Entre 1995 até 2004, foram reintroduzidos 120 animais nos concelhos da Lousã, Figueiró dos Vinhos, Penela, Miranda do Corvo, Góis, Castanheira de Pera e Pampilhosa da Serra, provenientes da Zona de Caça Nacional da Contenda e da Tapada de Vila Viçosa. Em 2017, há mais de 3000 veados a viver em estado selvagem na Serra da Lousã e áreas envolventes.[4]

Introdução como espécie exótica

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Devido ao seu valor como espécie cinegética, o veado-vermelho foi introduzido em vários países como Argentina, Chile, Austrália e Nova Zelândia. Na América do Sul considera-se que o veado-vermelho tem um efeito negativo para a ecologia local, competindo com espécies de herbívoros nativos e alterando a flora.

Globalmente considerado pouco preocupante, algumas subespécies são consideradas vulneráveis, como a C. elaphus barbarus do Norte da África e a C. elaphus corsicanus da Córsega e Sardenha.

Um grave problema na Grã-Bretanha e Irlanda é o cruzamento do veado-vermelho autóctone com um cervídeo asiático introduzido, o veado-de-sica (Cervus nippon). Acredita-se que em pouco tempo todas as populações das ilhas britânicas poderão ser híbridos entre o veado-vermelho e o veado-de-sica.

Referências

  1. Lovari, S., Herrero. J., Conroy, J., Maran, T., Giannatos, G., Stubbe, M., Aulagnier, S., Jdeidi, T., Masseti, M. Nader, I., de Smet, K. & Cuzin, F. ({{{ano}}}). Cervus elaphus (em inglês). IUCN 2012. Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN. 2012. Página visitada em 18 de dezembro de 2012..
  2. a b Ludt, Christian J.; Wolf Schroeder, Oswald Rottmann, and Ralph Kuehn. «Mitochondrial DNA phylogeography of red deer (Cervus elaphus)» (PDF). Molecular Phylogenetics and Evolution 31 (2004) 1064–1083. Elsevier. Consultado em 6 de outubro de 2006. Arquivado do original (pdf) em 9 de abril de 2008 
  3. Hmwe, Su Su; Zachos, Frank Emmanuel; Eckert, Inge; Lorenzini, Rita; Fico, Rosario; Hartl, Günther B. (agosto de 2006). «Conservation genetics of the endangered red deer from Sardinia and Mesola with further remarks on the phylogeography of Cervus elaphus corsicanus» (PDF). Biological Journal of the Linnean Society. 88 (4): 691-701. doi:10.1111/j.1095-8312.2006.00653.x 
  4. «Reintrodução de veados na Serra da Lousã travou extinção da espécie» 

Ligações externas

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