Wilson das Neves
Wilson das Neves | |
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Wilson das Neves | |
Informações gerais | |
Nome completo | Wilson das Neves |
Nascimento | 14 de junho de 1936 |
Origem | Rio de Janeiro, RJ |
País | Brasil |
Morte | 26 de agosto de 2017 (81 anos) |
Gênero(s) | Samba, bossa nova |
Instrumento(s) | bateria, vocal |
Período em atividade | 1950–2017 |
Afiliação(ões) | Os Ipanemas Elizeth Cardoso Clara Nunes Elza Soares Elis Regina Chico Buarque Emicida |
Wilson das Neves (Rio de Janeiro, 14 de junho de 1936 — Rio de Janeiro, 26 de agosto de 2017) foi um baterista, cantor e compositor brasileiro.[1]
Em mais de cinquenta anos de carreira como baterista, participou de mais de 800 gravações[2] e acompanhou Carlos Lyra, Ney Matogrosso, João Bosco, Maria Bethânia, Gal Costa, Emílio Santiago, Nelson Gonçalves, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Alcione, Tom Jobim e Miucha, entre vários artistas da MPB além de internacionais como Michel Legrand, Toots Thielemans, Sarah Vaughan e Sean Lennon.
Biografia
[editar | editar código-fonte]Estudou música com Joaquim Naegele e logo depois com Darci Barbosa.[3] Aos 14 anos, através do ritmista Edgar Nunes Rocca, o "Bituca", tocou na Escola Flor do Ritmo, no bairro do Méier. Anos mais tarde, deu começo à sua carreira de baterista na orquestra de Permínio Gonçalves.
Entre 1957 e 1968, Wilson das Neves acompanhou a pianista Carolina Cardoso de Menezes, foi membro do Conjunto de Ubirajara Silva, estreou como músico de estúdio na Copacabana Discos, se integrou em conjuntos como o de Steve Bernard e o de Ed Lincoln. Tocou com o flautista Copinha, com o pianista Eumir Deodato no conjunto Os Catedráticos, e com Eumir e Durval Ferreira no grupo Os Gatos. Fez parte da orquestra de Astor Silva, da orquestra da TV Globo e da orquestra da TV Tupi de São Paulo, liderada pelo maestro Cipó.[3]
Em 1965, participou da gravação do disco Coisas do maestro e compositor Moacir Santos, tocando bateria em todas as faixas do álbum. Além disso, gravou com Elza Soares, o disco Elza Soares, Baterista: Wilson das Neves e formou seu conjunto, registrando o LP Juventude 2000.
Em 1969 gravou pela Polydor seu segundo disco, Som Quente É o das Neves e, no ano seguinte, o LP Samba Tropi - Até aí morreu Neves, desta vez pelo selo Elenco/Philips. Estes dois trabalhos tiveram arranjos de Erlon Chaves. Desse período até 1973, acompanhou artistas como Elis Regina, Egberto Gismonti, Wilson Simonal, Elizeth Cardoso, Roberto Carlos, Francis Hime, Taiguara e Sérgio Sampaio.
Em 1975 participou da gravação dos discos Lugar Comum, do músico João Donato; e Meu Primeiro Amor, da cantora Nara Leão; no ano seguinte, tocou timbales no clássico África Brasil, de Jorge Ben.
Tempos depois fez o terceiro disco com o seu conjunto, o LP O Som Quente É o das Neves. Nesse trabalho, lançado pela gravadora Underground/Copacabana, Wilson das Neves estreou como cantor e compositor. Os arranjos foram feitos por João Donato e pelo tecladista Sérgio Carvalho.
Figura presente no samba, o baterista tocou ao lado de grandes nomes do gênero como João Nogueira, Beth Carvalho, Cartola, Nelson Cavaquinho, Clara Nunes, Roberto Ribeiro, Martinho da Vila e muitos outros. Foi ritmista na escola de samba Império Serrano, onde tocava tamborim.[4]
Como compositor, é parceiro de Aldir Blanc, Paulo Cesar Pinheiro, Nei Lopes, Ivor Lancellotti, Claudio Jorge, Marcelo Amorim, Moacyr Luz e Chico Buarque,[5] com quem tocou desde 1982.[2]
Gravou em 1996 o disco O Som Sagrado de Wilson das Neves, lançado pela CID com participações de Paulo César Pinheiro e Chico Buarque,[6] agraciado com o Prêmio Sharp.
Em 2001, participou do CD O Quintal do Pagodinho, idealizado por Zeca Pagodinho e produzido por Rildo Hora.
Desde 2003 foi integrante do combo carioca Orquestra Imperial, sendo cantor e compositor parceiro dos jovens integrantes do grupo.
Em 2004, lançou o CD Brasão de Orfeu no Centro Cultural Carioca, onde também foi apresentado o curta-metragem O samba é meu dom, no qual o compositor contou detalhes de sua vida.[7]
Em 2006, atuou no filme Noel - Poeta da Vila, no papel do motorista e cantor Papagaio.[8]
Em 2011, Das Neves lançou, no Brasil e Europa, seu terceiro CD como cantor e compositor, Pra Gente Fazer Mais um Samba. Indicado melhor cantor pelo Prêmio da Música Brasileira 2011 e vencedor como melhor álbum de samba.[9]
Em 2013, fez uma participação na música Trepadeira, do CD O Glorioso Retorno de Quem Nunca Esteve Aqui, do rapper Emicida.[1]
Em 2016, participou da abertura dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.
Morte
[editar | editar código-fonte]Wilson das Neves morreu na noite de 26 de agosto de 2017, no Hospital da Ilha do Governador, no Rio de Janeiro, após lutar contra um câncer durante vários anos.[10]
Em 4 de novembro de 2018, estreou na 20ª edição do Festival do Rio o documentário "O samba é meu dom", sobre Wilson das Neves.[11]
Em maio de 2023, o álbum duplo póstumo Senzala e Favela é lançado, com participações de Chico Buarque, Zeca Pagodinho, Maria Rita, Ney Matogrosso, Roberta Sá, Emicida, Fabiana Cozza, Seu Jorge, Marcelo D2, BNegão, Rodrigo Amarante e Pretinho da Serrinha.[12][13]
Discografia
[editar | editar código-fonte]- Moacir Santos - Coisas - Bateria: Wilson das Neves (1965 - Forma)
- Elza Soares, Baterista: Wilson das Neves (1968 - Odeon)
- Juventude 2000 - Wilson das Neves e seu Conjunto (1968 - Parlophone/Odeon)
- Som Quente É o das Neves - Wilson das Neves e seu Conjunto (1969 - Polydor)
- Samba Tropi - Até aí morreu Neves - Wilson das Neves e seu Conjunto (1970 - Elenco/Philips)
- O Som Quente É O Das Neves - Wilson das Neves E Seu Conjunto (1976 - Underground/Copacabana)
- O Som Sagrado de Wilson das Neves (1996 - CID)
- Brasão de Orfeu (2004 - Acari Discos/Biscoito Fino)
- Samba de Gringo 2 (Bina & Ehud -2006)
- Pra Gente Fazer Mais Um Samba (2010 - MP,B/Som Livre)
- Se me chamar, ô sorte (2013 - MP,B/Som Livre)
- Senzala e Favela (2023, FundiSom)
Referências
- ↑ a b «Emicida canta "Ô, Sorte!" para homenagear o percussionista Wilson das Neves, assista». UOL. 22 de outubro de 2012. Consultado em 23 de dezembro de 2014
- ↑ a b «Morre aos 81 anos o sambista Wilson das Neves no Rio». G1. Consultado em 17 de março de 2023
- ↑ a b «Wilson das Neves». Sindicato dos Músicos do Rio de Janeiro. Samba & choro. Consultado em 23 de dezembro de 2014. Arquivado do original em 13 de agosto de 2014
- ↑ Fernando Castro (25 de março de 2014). «Aos 77 anos, Wilson das Neves aconselha nova geração do samba». G1. Consultado em 23 de dezembro de 2014
- ↑ Nordeste, João CarvalhoDa Globo (20 de abril de 2012). «No palco de Chico, Wilson das Neves é um patrimônio da música brasileira». Pernambuco. Consultado em 17 de março de 2023
- ↑ «ANÁLISE: Plural, Das Neves foi de excelente baterista a reconhecido músico - 27/08/2017 - Ilustrada». Folha de S.Paulo. Consultado em 17 de março de 2023
- ↑ «"Se me chamar, ô sorte": Wilson das Neves, dia 5/9, no Teatro Rival - Wilson das Neves - Biografia». Globo.com. 2 de setembro de 2013. Consultado em 23 de dezembro de 2014
- ↑ «Wilson das Neves - Biografia». Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira. Consultado em 23 de dezembro de 2014
- ↑ Robie R. (8 de novembro de 2012). «Wilson das Neves – o samba é seu dom». Rolling Stone. Consultado em 23 de dezembro de 2014
- ↑ Entretenimento, Portal Uai. «Morreu sambista Wilson das Neves». Portal Uai Entretenimento. Consultado em 27 de Agosto de 2017
- ↑ «Wilson das Neves tem realçado em filme o dom sagrado de levar a vida e o samba com sabedoria». G1. Consultado em 17 de março de 2023
- ↑ «Wilson das Neves ganha disco póstumo com Chico Buarque, Emicida e Seu Jorge». Folha de S.Paulo. 13 de junho de 2022. Consultado em 17 de março de 2023
- ↑ «Álbum póstumo de Wilson das Neves sai em maio com Seu Jorge, Emicida, Maria Rita e Chico Buarque no elenco». G1. Consultado em 20 de abril de 2023
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Wilson das Neves no Instagram
- «Wilson das Neves». no Dicionário Cravo Albin de Música Popular Brasileira
- «Wilson das Neves». no site CliqueMusic
- «Wilson das Neves». no site da gravadora Biscoito Fino