Georgette Ferreira
Georgette Ferreira | |
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Deputada na Assembleia Constituinte | |
Período | 1975 a 1976 |
Deputada na Assembleia da República Portuguesa | |
Período | 1976 a 1988 |
Membro do Comité Central do Partido Comunista Português | |
Período | Início da década de 1950 até 1988 |
Dados pessoais | |
Nome completo | Georgette de Oliveira Ferreira |
Nascimento | 25 de Julho de 1925 Alhandra |
Morte | 4 de Fevreiro de 2017 Lisboa |
Nacionalidade | Portugal |
Partido | Partido Comunista Português |
Ocupação | Político |
Parte de uma série sobre o |
Partido Comunista Português |
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Imprensa partidária |
Relacionados |
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Georgette de Oliveira Ferreira (Alhandra, 25 de junho de 1925 - Lisboa, 4 de fevereiro de 2017), foi uma deputada, dirigente e militante comunista portuguesa.[1][2][3] Foi combatente antifascista, membro do Comité Central do Partido Comunista Português (PCP) entre 1950 e 1988, deputada à Assembleia Constituinte em 1975 e 1976 e deputada à Assembleia da República entre 1976 e 1988.[4][5]
Biografia
[editar | editar código-fonte]Filha de operários agrícolas e irmã de Sofia Ferreira, Georgette começou a trabalhar nos campos das Lezírias do Ribatejo aos 8 anos e tornou-se operária têxtil, aos 16 anos, na Fábrica de Fiação de Vila Franca de Xira, onde aprendeu a exploração a que eram sujeitos os trabalhadores. Aderiu ao Partido Comunista Português (PCP) em 1943, e dedicou-se à organização e luta em defesa dos interesses dos trabalhadores, encabeçando nesse mesmo ano a organização de uma greve de costureiras por aumento de salário.[6]
Participou nas greves operárias de 8 e 9 de maio de 1944, e contribuiu para a organização dos atos de solidariedade aos trabalhadores que foram presos e levados para a Praça de Touros de Vila Franca de Xira. [6]
Na sequência do movimento grevista, em julho de 1945, como funcionária do Partido Comunista Português (PCP), passou à clandestinidade. Durante esse período foi presa por duas vezes, em 1949 e 1954. [6]
Em 28 de agosto de 1945, ano em que integrou as comemorações populares pela vitória sobre o nazifascismo na Segunda Guerra Mundial, escapou de ser presa na casa da Lapa, onde vivia com o seu companheiro, António Assunção Tavares, operário da Fábrica Cimentos Tejo. Em 1946 participou, com Cândida Ventura (1918 – 2015), no II Congresso Ilegal do PCP realizado na Lousã.[7][6]
Em 1949, Georgette foi presa pela PIDE em Palmela e levada para a prisão de Caxias. Durante a prisão, em resultado da alimentação, a doença de estômago de que padecia agravou-se. Foi hospitalizada de urgência no Hospital de Santo António dos Capuchos em Lisboa, do qual fugiu em 4 de outubro de 1950, tornando-se a primeira mulher a evadir-se de uma prisão fascista.[8][9][10][11]
Mudou-se para o Porto, onde viveu clandestinamente com a antifascista Clementina Amália, adotando o pseudónimo «Helena». Permaneceu no Porto até 1952, e em 1954 foi presa pela segunda vez.[10]
Após a sua libertação em 1959, viveu alguns anos na antiga Checoslováquia, em Praga, com um coletivo de outros portugueses exilados como Cândida Ventura e Carlos Alfredo Brito até regressar a Portugal e à clandestinidade em 1965, sob o pseudónimo "Paiva". [12] Durante este período desempenhou tarefas nos distritos de Lisboa, Porto, Castelo Branco e Setúbal até ao 25 de Abril de 1974.[4][13]
Representou Portugal no Congresso Mundial das Mulheres de 1963.[14] Participou ativamente na construção das conquistas de abril, sempre profundamente ligada à luta dos trabalhadores.[15][3]
Depois da revolução, foi deputada à Assembleia Constituinte em 1975 e 1976 e deputada à Assembleia da República entre 1976 e 1988, onde foi autora de projetos de lei relacionados com os direitos reprodutivos da mulher e o planeamento familiar.[16]
Foi membro da União dos Resistentes Antifascistas Portugueses (URAP).[14][4]
A sua biografia prisional consta do processo 1144/49 – Proc n.º 167/954 S. Investigação.
A sua vida em prisões e hospitais e na luta clandestina foi contada na primeira pessoa numa entrevista a Rose Nery Nobre de Melo publicada em 1975.[1][17]
A sua morte, em 2017, foi comentada pelo Presidente da República Marcelo Rebelo de Souza em nota no site oficial.[18]
Referências
- ↑ a b «GEORGETTE FERREIRA - MDM». MDM (em inglês)
- ↑ «Jornal «Avante!» - PCP - Faleceu Georgette Ferreira»
- ↑ a b «Georgete de Oliveira Ferreira | Memorial 2019»
- ↑ a b c «Morreu Georgette Ferreira, ex-deputada do PCP»
- ↑ António Modesto Navarro. «Pesar por Georgette Ferreira». Assembléia Municipal de Lisboa. Consultado em 11 de Maio de 2020
- ↑ a b c d «Faleceu Georgette Ferreira». Partido Comunista Português. Consultado em 9 de outubro de 2021
- ↑ Helena Pato (21 de janeiro de 2018). «Georgette Ferreira». Jornal Tornado. Consultado em 11 de maio de 2020
- ↑ «Georgette Ferreira». Movimento Democrático de Mulheres. Consultado em 11 de maio de 2020
- ↑ «Morreu a ex-deputada do PCP Georgette Ferreira». Diário Público. 4 de fevereiro de 2017. Consultado em 11 de maio de 2020
- ↑ a b «GEORGETTE FERREIRA - MDM». MDM (em inglês)
- ↑ Coelho, José Dias (1974). A resistência em Portugal. [S.l.]: Ministerio de Cultura
- ↑ Cunha, Adelino, 1971-. Os filhos da clandestinidade : a história da desagregação das famílias comunistas no exílio 1a. edição ed. Lisboa, Portugal: [s.n.] OCLC 965111285
- ↑ «Georgette Ferreira». 21 de janeiro de 2018
- ↑ a b «Georgette Ferreira». Jornal Tornado. 21 de janeiro de 2018
- ↑ «Pesar por Georgette Ferreira». Assembleia Municipal de Lisboa. 15 de fevereiro de 2017. Consultado em 11 de maio de 2020
- ↑ «Atividade Parlamentar». Parlamento Português. Consultado em 5 de novembro de 2020
- ↑ Nery Nobre de Melo, Rose (1975). Mulheres Portuguesas na Resistência. [S.l.]: Seara Nova. pp. 64–75
- ↑ «Presidente da República evoca Georgette Ferreira». www.presidencia.pt. Consultado em 5 de novembro de 2020
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]Vídeos da RTP - Georgette Ferreira participa da mesa da presidência do 7.º Congresso do PCP no Pavilhão dos Desportos em Lisboa, 1974: