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Lobomicose

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Lobomicose
Lobomicose
Histopatologia da pele com lobomicose (H&E).
Especialidade Dermatologia
Classificação e recursos externos
CID-10 B48.0
CID-9 116.2
CID-11 566562143
DiseasesDB 32590
eMedicine derm/832
MeSH D060368
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A lobomicose ou lacaziose é uma doença humana que afeta a pele, e é causada por uma infecção crônica do fungo Lacazia loboi. Costuma ocorrer em regiões de clima tropical ou subtropical. Este fungo pode provocar também doença em golfinhos.[1]

A doença recebe diferentes nomes: Doença de Jorge Lobo, blastomicose queloidiana, blastomicose amazônica, lepra dos Caiabi e pseudolepra.

Sinais e sintomas

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Aparecem lesões na pele de longa evolução, que podem ser únicas ou múltiplas. As localizações mais frequentes são as extremidades inferiores, o ouvido externo e as extremidades superiores sendo menos frequente no rosto, no pescoço e no tórax. As lesões podem adotar diferentes aspectos, hiperpigmentadas ou de cor arroxeada. Em alguma ocasiões, formam-se úlceras ou a lesão adquire aspecto nodular ou verrugoso. Crescem progressivamente invadindo a pele adjacente e inclusive os linfonodos próximos. Os pacientes podem apresentar dor ou coceira nas áreas afetadas, podendo em alguns casos desenvolver-se falta de sensibilidade na zona, parcial (hipoestesia) ou total (anestesia). Podem aparecer complicações, como infecções secundárias, dificuldade para movimentação dos membros e, em casos raros, degeneração maligna.[2][3]

Epidemiologia

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Quase todos os casos ocorreram na América do Sul, principalmente nos países : Brasil, Colômbia, Suriname, Guayana Francesa, Costa Rica, Venezuela e Panamá. Casos não autóctones da doença foram descritos em outros países, tais como Estados Unidos, Canadá, México, Espanha, França, Costa Rica África do Sul.[4]

Baseia-se na excisão cirúrgica de lesões localizadas. As lesões extensas, quando não retiradas completamente estão sujeitas a recidivas. Há poucos relatos de cura completa com uso de drogas antifúngicas, no entanto, recentemente o itraconazol, associado a cirurgia e às drogas utilizadas na poliquimioterapia anti-hansênica mostraram-se promissoras para tratamento da doença. [4]

Lobomicosis em golfinhos

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Lobomicosis que afetando a barbatana dorsal de um golfinho selvagem.

Os golfinhos podem ser afetados por lobomicosis, sobretudo nas regiões da barbatana dorsal e da cabeça. Em janeiro de 2006 registaram-se numerosos casos no Indian River Lagoon, na costa atlântica de Flórida.[5]

A primeira descrição foi realizada em 1931 pelo médico Jorge Lobo, depois de atender a um paciente na cidade de Recife, Brasil, procedente da região amazônica, que apresentava diferentes lesões na pele de aspecto nodular. Posteriormente diagnosticaram-se mais casos, todos eles em países da América do Sul ou Central.[6]

Referências

  1. Talhari C, Oliveira CB, de Souza Santos MN, Ferreira LC, Talhari S (junho de 2008). «Disseminated lobomycosis». Int. J. Dermatol. 47 (6): 582–3. PMID 18477148. doi:10.1111/j.1365-4632.2008.03678.x. Consultado em 25 de maio de 2015. Arquivado do original em 16 de janeiro de 2019 
  2. «Garzón Aldás, Eduardo; Herrera Vicuña, Viviana: Lobomicosis: una serie de 5 casos. Consultado em 25 de maio de 2015. Arquivado do original em 22 de fevereiro de 2014 
  3. Paniz-Mondolfi: Lobomicosis, una aproximación después de 70 años.
  4. a b Gonçalves, Franciely G.; Rosa, Patrícia S.; Belone, Andrea de F. F.; Carneiro, Léia B.; de Barros, Vania L. Q.; Bispo, Rosineide F.; Sbardelott, Yally A. da S.; Neves, Sebastião A. V. M.; Vittor, Amy Y. (maio de 2022). «Lobomycosis Epidemiology and Management: The Quest for a Cure for the Most Neglected of Neglected Tropical Diseases». Journal of Fungi (em inglês) (5). 494 páginas. ISSN 2309-608X. PMC PMC9144079Acessível livremente Verifique |pmc= (ajuda). PMID 35628750. doi:10.3390/jof8050494. Consultado em 27 de outubro de 2023 
  5. Reif JS, Mazzoil MS, McCulloch SD; et al. (janeiro de 2006). «Lobomycosis in Atlantic bottlenose dolphins from the Indian River Lagoon, Florida». J Am Vet Med Assoc. 228 (1): 104–8. PMID 16426180. doi:10.2460/javma.228.1.104 
  6. William John Woods, Andréa de Faria Fernandes Belone, Léia Borges Carneiro, Patrícia Sammarco Rosa: Ten years experience with Jorge Lobo's disease in the state of Acre, Amazon region, Brazil.