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Luís Saia

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
 Nota: Não confundir com Luís Saias.
Luís Saia
Luís Saia, arquiteto brasileiro.
Nascimento 16 de outubro de 1911
São Carlos
Morte 15 de maio de 1975 (63 anos)
Cidadania Brasil
Alma mater
Ocupação arquiteto

Luís Saia (São Carlos, 6 de outubro de 1911 - São Paulo, 15 de maio de 1975) foi um arquiteto, professor, servidor público, pesquisador e etnógrafo brasileiro, notório pela elaboração dos planos diretores das cidades de Goiânia, Anápolis, São José do Rio Preto, Lins e Águas de Lindóia, e também pelo restauro de mais de trinta edificações paulistas, com foco na preservação do patrimônio histórico e cultural.[1][2][3]

Formado em Engenharia e Arquitetura pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), Saia foi um dos idealizadores do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional de São Paulo (Iphan-SP), onde trabalhou por quarenta anos, colaborando com a restauração das casas do Bandeirante e do Caxingui, entre outras, e com a proposição de tombamento de diversos monumentos e coleções de obras de arte, distribuídas pelos estados do sul do Brasil.[4]

Foi professor livre-docente na Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), além de coordenar diversos cursos, como o de Especialização em Restauro de Bens Culturais e Conjuntos Arquitetônicos, promovido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e pela Faculdade de Arquitetura da Universidade de São Paulo, em 1974. Trabalhou, ainda, como etnógrafo, chefiando a Missão de Pesquisas Folclóricas do Departamento de Cultura do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, que percorreu todo o Brasil em 1938 para colher informações do folclore musical de cada região, e realizando estudos específicos sobre o samba rural paulista. Fez também duas grandes pesquisas relacionadas a coleções de obras de arte e à arquitetura do café.[4][3]

Faleceu em 1975, aos 63 anos, deixando um acervo pessoal de muitas gravações,  fotografias e documentos que, na ocasião de seu centenário, em 2011, foram apresentados em uma exposição intitulada "Luís Saia: Memória e Política", criada pelo Grupo de Pesquisa em História da Cidade, Arquitetura e Paisagem (Grupo Urbis), do Instituto de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (IAU-USP), e realizada em Brasília, na Sala Mário de Andrade da sede do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.[3][4]

Luís Saia nasceu na cidade de São Carlos, no interior do estado de São Paulo, em 6 de outubro de 1911.[5] Ingressou na Escola Politécnica no ano de 1932, mas apenas após 16 anos de seu ingresso na instituição que ele veio a formar, já em 1948.[6] Em 1939, o arquiteto Luís Saia iniciou no Brasil os primeiros restauros completos de edifícios: construções em taipa de pilão, raros remanescentes do século XVII e princípios do XVIII na região de São Paulo.[1] Suas realizações nesse campo têm marcas do “restauro reconstrutivo” e posicionamentos aproximados às formulações dos italianos Gustavo Giovannoni, Roberto Pane e Cesare Brandi. Saia se destacou no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (criado em 1937), pelo rigor teórico e metodológico, visão global e crítica e dedicação aos estudos históricos.[1]

Publicações

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Dentre suas principais publicações, constam:[5]

  • Escultura popular brasileira. São Paulo: A gazeta, 1944.[7]
  • A casa bandeirista (Uma interpretação). São Paulo: Comissão do IV Centenário da Cidade de São Paulo, 1955.[8]
  • Urbanismo em São Paulo. São Paulo: Acrópole, nº 217, p 1-3, out 1956.
  • Morada Paulista. São Paulo: Perspectiva, 1972.[9]
  • São Luís do Paraitinga. São Paulo: Condephaat, 1977.[9]

Seu filho mais velho, José Saia, também se tornou arquiteto.[6]

Referências

  1. a b c Trindade, Jaelson Bitran (30 de dezembro de 2014). «Luís Saia, arquiteto (1911-1975): a descoberta, estudo e restauro das "moradas paulistas"». Risco Revista de Pesquisa em Arquitetura e Urbanismo (Online) (18-19): 123–169. ISSN 1984-4506. doi:10.11606/issn.1984-4506.v0i18-19p123-169 
  2. Cultural, Instituto Itaú. «Luís Saia». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 19 de fevereiro de 2020 
  3. a b c «Notícia: Exposição sobre o arquiteto Luís Saia pode ser conferida no Iphan - IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional». portal.iphan.gov.br. Consultado em 26 de abril de 2021 
  4. a b c «Notícia: Debates e depoimentos celebram o centenário do arquiteto Luís Saia - IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional». portal.iphan.gov.br. Consultado em 26 de abril de 2021 
  5. a b «luís saia» 
  6. a b «arquitextos 161.03 patrimônio: Luís Saia e Lúcio Costa | vitruvius». www.vitruvius.com.br. Consultado em 25 de fevereiro de 2020 
  7. Saia, Luiz (1944). Escultura popular brasileira. [S.l.]: Edições Gaveta 
  8. Saia, Luiz (1955). A casa bandeirista: uma interpretação. [S.l.]: Comissão do IV Centenário da Cidade de São Paulo 
  9. a b Saia, Luiz (1972). Morada paulista. [S.l.]: Editora Perspectiva 

Leituras adicionais

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  • ROLIM, Mariana de Souza. Luís Saia e a ideia de patrimônio – 1932-1975
  • FICHER, Sylvia. Os arquitetos da Poli. Coleção USP 70 Anos, São Paulo: EDUSP, 2005.
  • MOTA, Juliana Costa. Planos diretores de Goiana, década de 60: A inserção dos arquitetos Luis Saia e Jorge Wilheim no campo do planejamento urbano. Dissertação (Mestrado). Escola de Engenharia de São Carlos - Universidade de São Paulo. 2004.
  • PEREIRA, Juliana Melo. Admiráveis Insensatos: Ayrton Carvalho, Luis Saia e as práticas no campo da conservação no Brasil. Dissertação (Mestrado). Desenvolvimento Urbano - Universidade Federal de Pernambuco. 2012.
  • SODRÉ, João Clark de Abreu. Arquitetura e viagens de formação pelo Brasil (1938-1962). Dissertação (Mestrado). Faculdade de Arquitetura - Universidade de São Paulo. 2010.