Silvério Gomes Pimenta
Silvério Gomes Pimenta | |
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Arcebispo da Igreja Católica | |
Arcebispo de Mariana | |
Atividade eclesiástica | |
Diocese | Arquidiocese de Mariana |
Nomeação | 3 de junho de 1896 |
Predecessor | Antônio Maria Correia de Sá e Benevides |
Sucessor | Helvécio Gomes de Oliveira |
Mandato | 1896 - 1922 |
Ordenação e nomeação | |
Ordenação presbiteral | 20 de julho de 1862 Igreja Matriz de Sabará por Antônio Ferreira Viçoso |
Nomeação episcopal | 26 de junho de 1890 |
Ordenação episcopal | 31 de agosto de 1890 Arquidiocese de São Paulo por Pedro Maria de Lacerda |
Nomeado arcebispo | 1 de maio de 1906 |
Brasão arquiepiscopal | |
Dados pessoais | |
Nascimento | Congonhas do Campo 12 de janeiro de 1840 |
Morte | Mariana 30 de agosto de 1922 (82 anos) |
Nacionalidade | brasileiro |
Progenitores | Mãe: Porcina Gomes de Araújo Pai: Antônio Alves Pimenta |
Funções exercidas | Professor, orador sacro, poeta, biógrafo -Bispo auxiliar de Mariana (1890-1896) -Bispo de Mariana (1896-1906) |
Títulos anteriores | Bispo titular de Câmaco |
dados em catholic-hierarchy.org Arcebispos Categoria:Hierarquia católica Projeto Catolicismo |
Silvério Gomes Pimenta (Congonhas do Campo, 12 de janeiro de 1840 — Mariana, 30 de agosto de 1922) foi um professor, orador sacro, poeta, biógrafo, prelado e arcebispo de Mariana, foi o primeiro prelado eleito membro da Academia Brasileira de Letras, para a cadeira 19. Presidiu, em 1903, o Primeiro Sínodo da Diocese de Mariana.
Foi o primeiro arcebispo negro da história do Brasil.[1]
Sacerdócio
[editar | editar código-fonte]Sendo órfão de pai ainda cedo, Dom Silvério Gomes cedo teve de empregar-se como caixeiro para sustentar a mãe e quatro irmãos menores. Demonstrando desde cedo aptidão para o estudo, seu padrinho obteve para ele uma vaga no Colégio de Congonhas, dos padres lazaristas. Afilhado de crisma de D. Viçoso, bispo de Mariana, este concedeu-lhe matrícula no Seminário da cidade. Ali entrou aos 14 anos. Dois anos depois já era professor de latim, cadeira que ocupou durante 28 anos. Além de latim, foi professor de Filosofia e História Universal, durante 12 anos. Foi ordenado diácono em 21 de abril de 1862 e padre aos 22 anos por seu padrinho, em 20 de julho.[2]
Foi vigário-geral da Diocese, prestando grande serviço ao então bispo Dom Antônio Correia de Sá e Benevides. Em 1890 foi nomeado bispo-titular de Câmaco e auxiliar de Mariana. Consagrado em 31 de agosto de 1890, foi seu principal sagrante o bispo Dom Pedro Maria de Lacerda, e seus consagrantes o bispo Dom Antônio Cândido Alvarenga e o bispo Dom Joaquim José Vieira.[3] Em 1897 foi nomeado bispo da Mariana e em 1903 presidiu o Primeiro Sínodo da Diocese de Mariana.
Em 1906, o Papa Pio X elevou a Diocese de Mariana à Arquidiocese, e por consequência, seu bispo a arcebispo.[3][2] Em 1910 participou, em São Paulo, da redação da Pastoral Coletiva dos Arcebispos e Bispos das Províncias Eclesiásticas do Rio de Janeiro, Mariana, São Paulo, Cuiabá e Porto Alegre.[4]
Literatura
[editar | editar código-fonte]Quando nomeado bispo-titular de Câmaco, começou a produzir suas célebres cartas pastorais. A primeira pastoral traz a data de 24 de novembro de 1890 e a última é de 10 de fevereiro de 1922.
Conhecedor que era do latim, grego, hebraico, além das línguas vivas que usava correntemente, publicou poesias em latim.[2] Sua obra maior é a Vida de D. Viçoso. Como jornalista, D. Silvério fundou e dirigiu, em Mariana, o Bom Ladrão, O Viçoso, O D. Viçoso e o D. Silvério,[2] editados sob sua orientação e dirigidos pelos padres Severiano de Resende e João Luís Espeschit.
Primeiro Sínodo da Diocese de Mariana
[editar | editar código-fonte]Dom Sivério Gomes Pimenta presidiu em 1903 o Primeiro Sínodo da Diocese de Mariana, que estabeleceu o primeiro código jurídico-eclesiástico específico para a Diocese de Mariana, em substituição às Constituições Primeiras do Arcebispado da Bahia (12 de junho de 1707), que até então haviam sido usadas como o máximo código jurídico-eclesiástico para o Brasil.[5][6]
Pastoral Coletiva dos Arcebispos e Bispos
[editar | editar código-fonte]De 25 de setembro a 10 de outubro de 1910, Dom Silvério participou, em São Paulo, da redação da Pastoral Coletiva dos Arcebispos e Bispos das Províncias Eclesiásticas do Rio de Janeiro, Mariana, São Paulo, Cuiabá e Porto Alegre,[4] que definiu critérios de administração diocesana nas províncias eclesiásticas do Rio de Janeiro, Mariana, São Paulo, Cuiabá e Porto Alegre.
Obras
[editar | editar código-fonte]- O papa e a revolução, sermões (1873)
- Peregrinação a Jerusalém (1897)
- D. Antônio Ferreira Viçoso, bispo de Mariana, conde da Conceição (1876)
- A prática da confissão, estudos de moral e dogma (1873)
- Cartas pastorais 1890-1922
- diversos sermões, orações, conferências, poesias latinas em periódicos.
Academia Brasileira de Letras
[editar | editar código-fonte]Em 1919 foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras, sendo recebido em 28 de maio de 1920 por Carlos de Laet. Ocupou a cadeira 19, que tem por patrono Joaquim Caetano da Silva, da qual foi o segundo imortal.[2]
Ver também
[editar | editar código-fonte]- Lucas Moreira Neves
- Francisco de Aquino Correia
- Dom Silvério (município brasileiro)
- Primeiro Sínodo da Diocese de Mariana
- Pastoral Coletiva dos Arcebispos e Bispos das Províncias Eclesiásticas do Rio de Janeiro, Mariana, São Paulo, Cuiabá e Porto Alegre
Referências
- ↑ LiterAfro - UFMG. «Silvério Gomes Pimenta». 2020-09-21. Consultado em 15 de março de 2021
- ↑ a b c d e «Dados biográficos de Dom Silvério Gomes Pimenta». no site da ABL
- ↑ a b Catholic Hierarchy
- ↑ a b PASTORAL collectiva dos Senhores Arcebispos e Bispos das Provincias Ecclesiasticas de S. Sebastião do Rio de Janeiro, Marianna, S. Paulo, Cuyabá e Porto Alegre communicado ao clero e aos fieis o resultado na cidade de S. Paulo de 25 de setembro a 10 de outubro de 1910. Rio de Janeiro: Typographia Leuzinger, 1911. Apêndice XXXIV, p. 640-645.
- ↑ PRIMEYRO Synodo da Diocese de Marianna celebrado pelo Exm.º e Rvmº Snr. Bispo D. Silverio Gomes Pimenta; julho de 1903. Marianna: Typographia Episcopal, 1903. Título II, cap. XXII (Das cerimônias), § 225, p. 66.
- ↑ CASTAGNA, Paulo. O estilo antigo na prática musical religiosa paulista e mineira dos séculos XVIII e XIX. São Paulo, 2000. Tese (Doutoramento) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. v. 1, p. 353.
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- «Perfil no sítio oficial da Academia Brasileira de Letras»
- «Biografia de Dom Silvério Gomes Pimenta»
- «Catholic Hierarchy» (em inglês)
- «GCatholic» (em inglês)
Precedido por Petrus Hendricus Josephus van Ewyk, O.P. |
Bispo-titular de Cámaco 1890 — 1897 |
Sucedido por Louis-Jean-Joseph Derouet, C.S.Sp. |
Precedido por Antônio Maria Correia de Sá e Benevides |
Bispo de Mariana 1897 — 1906 |
Sucedido por elevação a Arquidiocese |
Precedido por antiga Diocese |
Arcebispo de Mariana 1906 — 1922 |
Sucedido por Helvécio Gomes de Oliveira |
Precedido por Alcindo Guanabara |
ABL - segundo acadêmico da cadeira 19 1920 — 1922 |
Sucedido por Gustavo Barroso |
- Nascidos em 1840
- Mortos em 1922
- Membros da Academia Brasileira de Letras
- Bispos e arcebispos de Mariana
- Escritores católicos do Brasil
- Poetas de Minas Gerais
- Biógrafos do Brasil
- Escritores de Minas Gerais
- Sacerdotes religiosos afro-brasileiros
- Peregrinos de Jerusalém
- Naturais de Congonhas
- Alunos do Seminário de Mariana